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quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Resenha do artigo “Estado indutor”

O ex-ministro e economista Antônio Delfim Netto, publicou para o Jornal VALOR no dia 27 de maio de 2008, um artigo intitulado “Estado Indutor”. Nesta obra ele aponta que economia e política são a combinação entre o conhecimento prático e a chamada “arte de administrar”, nessa perspectiva, destaca a importância da “ Política de Desenvolvimento Produtivo”, e critica a defesa dogmática dos princípios liberais.
Aponta também que os estados tentam encontrar equilíbrio e autonomia em setores estratégicos como: alimentar, energético e militar. Para isso, cita o exemplo dos EUA, que optou pelo financiamento da produção do etanol a partir do milho como alternativa para a recuperação do setor energético do país, em vez de racionar o uso do petróleo e incentivar produtos e atividades que gastassem menos combustíveis. Como se sabe, a alternativa não foi efetiva como se planejou. Mesmo com vários estudos e pesquisas empíricas, sabe-se que os mercados estão sujeitos a imprevistos, dessa forma, é importante que possamos cometer erros em detrimento de um maior aperfeiçoamento das técnicas e do amadurecimento das idéias, para uma situação posterior pautada em grandes “acertos”, que beneficiariam não só setores estratégicos, mas a economia como um todo.
Delfim não apóia a sobreposição do poder estatal perante a “racionalidade” do mercado, e sim explicita que estas “forças” devem coexistir de maneira eficiente, visando à constitucionalização uma política industrial ativa para o desenvolvimento, que vise o controle dos setores econômicos, principalmente do privado. E, para isso, é indispensável uma estrutura econômica e social de qualidade, com instituições e agentes qualificados para a execução prática do processo. Nesse sentido, as condições são: respeito às identidades da contabilidade nacional, empresários dispostos a correr riscos, rigor e agilidade na administração do programa, entre outros.
Neste artigo vemos uma preocupação de Delfim Netto com a chamada “Política de Desenvolvimento Produtivo”, mostrando que ela deve ser priorizada sob a forma de um trabalho conjunto entre economistas, cientistas, administradores, que visem através do uso de constatações empíricas e lógicas de mercado o aprimoramento das diretrizes do país. É importante o desenvolvimento de um conhecimento prático, técnico e teórico, para a melhor capacitação das instituições.

Adriana Furtado
Acadêmica do curso de Direito da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.

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