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quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Resenha do artigo “Tudo que é sólido desmancha no ar”

No artigo publicado para o Jornal VALOR do dia 10 de dezembro de 2008, o economista doutor David Kupfer faz uma análise do panorama provocado pela crise econômica que se iniciou nos Estados Unidos e atingiu economias do mundo todo. Como também analisa a situação brasileira na crise e nos direciona a repensar o sistema capitalista.
Um dos pontos mais importantes apresentado por David diz respeito à velocidade em que se deu o contágio da crise, as informações circularam pelo mundo todo de uma forma tão rápida que as conseqüências iam se dando de maneira instantânea. Esse sentido, o autor nos mostra que a especulação dos rentistas financiadores do sistema capitalista contemporâneo, acabaram por comprometer o modelo fabril globalizado, pautado numa perspectiva liberal de desregulamentação mercadológica em detrimento de uma economia regulada por leis de oferta e demanda.
A crise nos mostra que mesmo os países que tem um sistema produtivo eficiente, que prevêem riscos, que calculam perdas, que garantem produção “Just in time”, que obtêm lucros exorbitantes e que tem planejamento eficaz – estão apoiados em um sistema financeiro que coopera com a manutenção e o andamento do processo produtivo. Ou seja, garante o “fluxo de caixa” das empresas, tornando-as dependentes do sistema. Nessa Lógica, David Kupfer mostra que na falta do capital, a harmonia foi rompida.
No caso brasileiro, por termos um sistema industrial distante do modelo característico dos países centrais, no sentido de que a maioria dos investimentos que o processo produtivo recebe advém do próprio governo, no caso, do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que controla a oferta de crédito, estabelece pesada taxa de juros, obrigando por manter as empresas brasileiras com baixos níveis de crescimento. Tal fato corrobora os poucos efeitos da crise na economia brasileira e a manutenção dos empregos estimulados principalmente pela preservação da demanda interna do mercado.
Com este artigo o doutor David nos leva a refletir sobre a importância do planejamento em assegurar a solidez do sistema econômico, como também, aponta a necessidade de uma postura mais desenvolvimentista por parte do estado, aplicando mais recursos na modernização das empresas, e provocando um crescimento mais expressivo da economia brasileira.
Adriana Furtado - Acadêmica do curso de Direito da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.

Belo Horizonte – 2010

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